Passando só pra avisar que estou mudando o blog. Aconteceram alguns imprevistos e agora esse blog vai ser deixado de lado. Não estou tendo autorização de administrador em nenhuma das duas contas... Então, agora o domínio do meu novo blog é esse: http://docemundoalternativo.blogspot.com
E do diário de uma lolita solitária agora é http://diario-de-uma-lolita-solitaria.blogspot.com.br/
Beijinhos,
Panda
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Boa noite
Muitos anos se passaram desde que você brincou comigo... Muitos anos deixaram-me desacordada... Muitos anos sem saber com fugir... Muitos anos... É muito tempo para mim... Minha validade não dura mais que algumas rachaduras... E isso dói de ser lebrado... Eu fui a sua primeira...
Mas por ser tão novinha, caí-me ao chão e ganhei uma grande rachadura... Seus pais, com medo de que se machucasse, esconderam-me em uma prateleira alta, onde apenas via sua vida afastada sendo refeita sem mim, sem aquela com quem um dia você brincou...
Você foi crescendo, e sua vida foi mudando. Sua parede deixou de ser cor-de-rosa, os pôsteres de suas bandas foram aumentando... O som alto tocava meus ouvidos como uma melodia encantada... Simplesmente mantinham-me mais próxima a você... Um dia, uma briga, gritos ensandecidos pela casa. Esta que eu nunca passeei.
Vi a porta do quarto ser fechada com força, o som mais alto e violento, de forma que nunca havia visto... Assustei-me com aquilo. Você estava com problemas... Vi de relance que suas roupas estavam na cama, algumas dobradas, algumas simplesmente jogadas. Não poderia ser. Você planejava fugir, queria deixar-me... Em um impulso, escorri da prateleira e repousei ao chão, assustando-a. Minha rachadura deveria realmente não ter a melhor aparência, mas meu amor não mudara nada desde o dia mais triste de minha existência...
Mais uma vez, fui posta em seu colo, mais uma vez, senti o seu calor... Mas eu não era mais querida... Mesmo assim, me senti feliz. Mesmo assim, quis continuar em seus braços...
Fui colocada dentro de sua mochila, e o que se passou mal me apercebi. Mas compreendi que quando sua mochila fora subitamente largada ao chão, algo acontecera. Ouvi barulhos agudos, pessoas gritando, e muito movimentação...
A sua mochila fora aberta repentinamente por algum estranho. O lugar era totalmente diferente. Fechado, sufocante, com um ventilador de teto na velocidade mínima, e dois estranhos observando-me. Confesso que fiquei com muito medo. Este que ficou em mim até agora.
Você estava dormindo tranquilamente, mas estranhei o fato de que esteja em um quarto diferente. Todo branco, com uma máquina estranha ligada ao seu corpo. Ouvi alguém dizer que o coma já perdurava há muito tempo. Ama, o que significa coma? E o que há de errado em durar tanto tempo? Às vezes, desejava ser humana para saber o que significavam algumas palavras...
Um dia, em meio a muitos soluços, ouvi sua mãe conversar com um homem todo de branco. Iam desligar os aparelhos. Como assim desligar? Aparelhos? Não, de quais aparelhos estavam falando? Ela não precisaria mais deles? Que bom! Estava tão empolgada para vê-la sorrindo novamente...
Agora, espero animadamente o momento em que você abrirá os olhos e sorrirá para mim. Você está dormindo tão serenamente, tão divinamente, e sinto suas mãos entrelaçando-me. Mas suas mãos estão frias. Está doente, ama? Mas você com certeza irá melhorar. E eu estarei aqui para te ajudar. Vamos ficar juntas mais uma vez... Finalmente estava me sentindo feliz depois de tantos anos...
Mas, por que estão nos fechando, ama? Ama, acorde, para onde estamos indo? Estou sentindo como se o teto ficasse mais pesado... Mas nada disso importa agora... Pois o que mais prezo neste exato momento é o sono de minha ama, pois sei que depois dele, ela voltará a brincar comigo, mexendo em meus cabelos, arrumando minhas roupinhas e, principalmente, me amando...
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